segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Chegou o dia

Carol ONN

E um mês se passou. A Julia apresentava melhoras, mas ainda não tinha saído do coma. Paula mau comia, assim como a mãe da Julia. Eu estava triste mas tinha que tocas minha vida.
Era dia 18-09. Eu estava muito nervosa e muito ansiosa. Vocês não sabem porque?
No dia 19-09 era o dia que o medico iria induzir o parto, e nossas bebezinhas iriam nascer *-----*
Nós duas estávamos radiantes, não tinha como estar diferente naquele momento. Era uma sexta feira. Era por volta das 19:00 horas, o parto estava marcado para as 11:00 da manha. Chegaríamos no hospital as 10:00.
Eu e a minha princesa estávamos no nosso quarto, arrumando as ultimas coisas pra ir pro hospital.
Com tudo pronto, nós nos deitamos na cama, ela deitada sobre meu peito e eu a abraçando com carinho.

Sabrina: como será que elas vão ser amor? Será que vão nascer muito pequenas? Vão ficar muito tempo no hospital? Vão se parecer mais comigo ou com você? Será que elas vão nascer saudáveis? Será que...

Interrompi-a com um longo celinho.

Carol: o que importa é que elas vão nascer saudáveis, e vai dar tudo certo.

Sabrina: eu to tão ansiosa.

Carol: eu também meu amor, mas agora o que você pode fazer é relaxar.

Sabrina: amor, você vai querer assistir o parto?

Carol: amor, querer eu até quero, mas não sei se vou ter coragem.

Sabrina: kkk desconfiei.

Carol: sua mãe não vai querer entrar com você?

Sabrina: ...não.


A historia da Sabrina com os pais é meio complexa. Quando agente se conheceu, ela morava com uma tia. Os pais dela moravam no interior. Ela tinha saído de lá brigada com eles, por isso ela nunca mencionava nenhum dos dois.
Depois que agente já namorava a algum tempo, ela veio a me contar a historia dos pais dela, e foi então que a mãe dela a procurou. Ela disse que tinha se separado do pai dela, que os dois não davam mais certo e que veio atraz da filha pra fazer as pazes.
A Sabrina como é muito cabeça dura não aceitou fazer as pazes com a mão. Ela sempre ficou por perto tentando uma reaproximação.
De uns anos pra cá a Sabrina vem sedendo um pouco, falando com a mãe. Voltou a chama-la de mãe inclusive. Mas acho que ainda tem uma magoa muito grande por parte dela.
O pai reapareceu a um tempo atraz, depois que soube que ela estava casada e rica. O que ele só não esperava era que ela havia se casado com uma mulher. Acho que a sexualidade dela foi um serio motivo pra briga dessa família.
Depois disso o pai dela foi embora e nunca mais apareceu...


Carol: eu não acredito que você não contou a sua mãe sobre o nascimento das nossas filhas.

Sabrina: desculpa, eu não sei o que me deu.

Carol: meu amor, se a sua mãe errou um dia foi tentando acertar com você. Ela esta aqui do seu lado a anos tentando ter de volta a filha. Deixa de ser fechada com ela. Eu sei que você sente falta da sua mãe, como ela sente a sua. Da uma nova chance pra vocês duas vai.


Ela não disse nada, apenas se apertou em mim e senti algumas lagrimas escorrerem e molharem minhas roupa. Fiquei acariciando seus cabelos ate que ela dormiu.
Depois que ela dormiu, eu sai da cama e liguei pra mãe dela, acho que minha sogra ia ficar feliz com a noticia de que suas netas iriam nascer amanha.
E de fato ela ficou, e disse que estaria no hospital nessa hora.

Eu decidi entrar e assistir o parto, Sabrina sempre disse que a minha presença ali do lado dela seria muito importante.
No outro dia acordamos cedo, nenhuma de nós duas conseguiu ficar dormindo.
Ela tomou  um banho e eu junto com ela. Nos vestimos. Ela tinha que permanecer em jejum, então, jejuei com ela.
Chegamos no hospital na hora marcada e o medico veio conversar conosco. Então ela se preparou pra ir pra sala de cirurgia. E nada da mãe dela. Comecei a achar que ela não viria. Fizeram todos os preparativos, faltava apenas irmos pra sala, lá, enquanto os enfermeiros iriam furar a bolsa e induzir o parto, eu o medico colocaríamos aquelas roupas especiais para poder entrar.
Então quando estávamos indo, ouvi sua mãe de longe chamar o nome dela.

Sabrina: mãe?

As duas se abraçaram forte e lagrimas rolaram das duas.


Mãe: eu vou ficar aqui com você, o tempo todo.

Sabrina acenou e sorriu, e então fomos.
Tudo foi muito rápido. Pouco depois que entrei com doutor Sabrina já começou a sentir as dores do parto mais fortes. Eu me preocupei de inicio mas o doutor disse que não precisava. Eu fui ate ela e segurei sua mão.

Foi o momento mais mágico da minha vida, ver minhas filhas nascendo. Tínhamos escolhido dois nomes. A primeira que nascesse iria se chamar Karina. Vi a minha Karina nascer. Confesso que era um pouco pavoroso ver alí minha filha saindo toda suja de sangue. Logo os médicos correram pra limpa-la.
Nao demorou muito e vi nossa segunda filha nascer. Sophia!
Meu coração batia ao ritmo de uma escola de samba, meu olhos brilhavam de felicidade. Sabrina chorava e sorria pra mim. Um momento indescritível!

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Fatos e Tragédias... (Parte Dez)

Carol ONN

Eu acordei primeiro que ela. O sol já devia brilhar forte lá fora mas achei melhor não acorda-la. Observei-a um pouco e sorri, ela era linda ate dormindo.
Fui no banheiro, fiz minha higiene e desci. Domingo é dia de folga da nossa empregada, então lá fui eu preparar o café da manha.


Preparei uma mesa linda e deixei perto da piscina. Depois subi até o quarto, ela ainda não tinha acordado. Primeiro abri as cortinas deixando o sol entrar pelo quarto. Ela se remexeu na cama com a claridade nos seus olhos. Me sentei na beira da cama e fiquei observando ela acordar. Quando ela acordou olhou pra mim e sorriu, mas acho que se lembrou da noite passada e seu sorriso se desfez, tinha um olhar meio triste agora.
Eu acariciei seu rosto e ela fechou os olhos. Selei nossos lábios.

Carol: bom dia minha linda.

Sabrina: bom dia.

Carol: dormiu bem?

Sabrina: sim...me desculpa?

Carol: pelo que?

Sabrina: por ontem, aquele meu surto, eu não sei o que deu em mim =/

Ela abaixou a cabeça e eu sorri. Coloquei a mão no seu queixo e ergui seu rosto, fazendo com que ela me encarasse.

Carol: eu te amo, você é tudo pra mim. é o que eu quero que você saiba. O resto deixa pra lá.

Então agente se beijou. O beijo dela é tão maravilhoso...Acho que já disse isso varias vezes né? Mas não me canso de repetir.

Carol: preparei um café da manha na piscina pra gente.

Sabrina: a meu amor, eu não mereço isso tudo.

Carol: xiu! Anda rápido aí que eu estou de esperando na escada.


Uns cinco minutos depois ela apareceu. Fomos pra piscina de mãos dadas. Ela achou tudo lindo. Nos sentamos e comemos num clima super romântico, com direito a frutinha na boca e tudo mais.
Depois do café, eu arrumei aquela bagunça toda que agente tinha feito. Olhei as horas, eram 10:30.
Sabrina me chamou pra ir ao shopping, agente tinha que comprar algumas coisas que estavam faltando.
Tomamos banho juntas, nos arrumamos e fomos. Chegamos lá e rodamos todas as lojas que puderem pensar. Compramos muitas coisas, e depois fomos pra praça de alimentação. Já era quase duas horas da tarde, eu não tinha muita fome, mas Sabrina já estava faminta.
Fomos comer no Mc Donald's. Refrigerante, batatinha, hambúrguer, sorvete...Tudo completo.
Depois disso fomos embora pra casa. Quando cheguei lá tinha alguém parada na porta, era uma mulher, loira...e parecia, chorar. Nós descemos do carro, e a medida que fomos nos aproximando vimos que era a Paula.


Carol: oi Paula, o que aconteceu?

Paula: Aconteceu uma coisa horrível.

Carol: o que foi? Fala logo.

Paula: a Julia sofreu um acidente.

Carol: Acidente? Quando? Como?

Paula: ela foi me levar em casa. Ela tava bêbada, eu disse pra ela não ir embora, ficar lá comigo. Mas ela teimou e foi. Hoje de manha a mãe dela me ligou chorando, disse que ela sofreu um acidente e está no hospital em coma.


Então a Paula desabou em lagrimas. Eu não sabia o que fazer. Sabrina gentilmente abraçou-a. Ela ficou lá chorando. Eu não sabia o que fazer. A minha amiga, melhor amiga. Eu também estava desesperada.

Carol: em qual hospital ela está?

Paula: o do centro.

Carol: vamos pra lá.


Nós tres entramos no carro e fomos. Chegando lá vi a mãe dela. Abracei-a com força.

Carol: vai dar tudo certo.

Ela não respondeu, apenas fez um aceno com a cabeça. A Paula queria de toda a forma ver ela, e o doutor permitiu. Eu me sentei com a minha princesa na sala de espera, ela encostou sua cabeça no meu ombro.
Eu estava preocupada, muito preocupada e ela sabia disso, então ela segurou firme na minha mão e me olhou nos olhos.

Sabrina: vai dar tudo certo.

Eu apenas dei um pequeno sorriso e selei seus lábios. Voltamos a posição que estávamos antes.
Passamos algumas horas no hospital. Já estava tarde, eu estava cansada, minha princesa também. Nós tínhamos visto a Julia. Era horrível ver a minha amiga ali, deitada, sem reação alguma, cheia de fios passando pelo seu corpo...
Conseguimos arrastar Paula conosco. Ela precisava tomar um banho, dormir, sei lá! Ela estava muito nervosa.
Quando chegamos lá arrumei o quarto de hospedes e emprestei uma roupa a ela. Sabrina preparou um chá, e eu coloquei um calmante nele, senão ela não dormiria. Não demorou e ela apagou.
Ajeitamos ela na cama, e descemos de novo. Já era 19:30, minha princesa se queixou de fome.

Carol: o que você quer comer meu amor?

Sabrina: quero pizza.

Eu não estava com muita fome, então pedi uma pizza menor. Comemos e eu guardei o pedaço que sobrou na geladeira, caso a Paula quisesse comer depois.
Meu amor subiu disse que ia tomar um banho e dormir. Eu fui com ela e fiquei deitada na cama fazendo carinho no seu cabelo até ela dormir. Eu não tinha o minimo sono. Sabia que eu precisava dormir, já que eu tenho trabalho amanha,e provavelmente vou precisar fica o dia inteiro já que a Julia não ia estar lá.
Mas mesmo assim fiquei em frente a TV assistindo varias coisas. Quando deu meia noite resolvi dormir. Tomei um calmante e cai na cama, não demorei dois segundos pra pegar no sono.

Quando acordei e desci o cafe da manha estava pronto como sempre. Rosa já não estava mais lá. Comi tranquila já que havia acordado mais cedo. Então percebi um bilhete, era da Paula.
Ela agradecia por ontem, e disse que tinha ido ao hospital ver a Julia. Senti pena dela, ela parecia realmente gostar daquela destrambelhada.
Bom, eu escrevi um bilhete pra minha princesa me desculpando e falando que provavelmente teria de trabalhar ate tarde hoje.
Terminei meu café e sai. 
Entrar na empresa e não ver a Julia lá é difícil. Mandei chamar Nícolas e minha irmã, hoje iria precisar de bastante ajuda!
Passei algumas instruções a eles, hoje eles trabalhariam comigo. Fui na sala da Julia e peguei vários papeis, coisas que eu precisaria.
Eu tava desanimada. Minha melhor amiga em coma, minha mulher gravida sozinha em casa. Minha vontade era declarar umas ferias coletivas e ir pra casa, mas não posso me dar a esse luxo.
Trabalhei ate 12:00. Eu ia sair pra almoçar rápido e ir embora, então enquanto juntava as minhas coisas pra sair bateram na porta da minha sala. Deve ser o Lucas.

Carol: pode entrar

Sabrina: oi mozinho.

Carol: amor? 

Sabrina: não, a rainha da Inglaterra.

Carol: ¬¬ . Porque você ta aqui?

Sabrina: horas, se você não pode passar a tarde em casa comigo, eu passo a tarde no trabalho com você.

Carol: meu amor não precisa, você tem que descansar.

Sabrina: mas eu vou, vou ficar aqui nessa poltrona super confortável do seu lado te ajudando em tudo o que precisar.

Carol: você é perfeita sabia?

Sabrina: aos seus olhos meu amor.


Cheguei perto dela e nos beijamos. Ficamos um tempo nos beijando até que bateram na porta de novo.

Carol: quem é?

Lucas: é o Lucas.

Carol: pode entrar.

Lucas: olá Carol, Olá Sabrina.

Sabrina: oi querido.

Lucas: vocês ainda vão precisar de mim?

Carol: não Lucas, obrigada, pode ir almoçar.

Lucas: obrigado.

Sabrina: nós também podíamos ir, estou morrendo de fome.

Carol: rsrs claro minha princesa, vamos lá.


Saímos de lá de mãos dadas. Um restaurante novo tinha aberto na rua do escritório. Sugeri que almoçássemos lá, e ela aceitou.
Ao chegarmos fomos muito bem tratadas. Um garçom gentil nos conduziu ate uma mesa e logo trouxe o cardápio.

Garçom: então , o que vão querer?

Carol: eu quero um filé de frango a parmegiana.

Garçom: e a sua amiga?


Nesse momento eu o encarei, e Sabrina também.


Carol: o que a minha ESPOSA pedir, você pode perguntar a ela.

Garçom: esposa? Mas eu pensei que...

Carol: você não é pago pra pensar, mas sim pra fazer. Tá pensando que só porque ela está gravida nós não podemos estar juntas? Chama o gerente pra mim por favor.

Garçom: desculpem-me


Ele saiu super sem graça e foi chamar o gerente. Sabrina achou um exagero, mas eu não. Aquilo pra mim era preconceito sim, e eu não ia deixar passar barato.
Quando o gerente voltou, fiz uma queixa formal do funcionário. Como desculpas, ele disse que nosso almoço sairia grátis. E obviamente trocamos de garçom.
Tirando esse primeiro fato, o nosso almoço foi ótimo.
Voltamos juntas pro escritório. Ela arrastou a poltrona pra perto de mim, e até me ajudou em muitas coisas viu.
Por volta das 18:00 nós saímos da empresa, passamos no hospital pra dar uma força. O medico disse que apesar de ainda estar em coma, o quadro dela estava estável, e ela poderia acordar do coma a qualquer minuto.
Dessa vez a Paula foi pra casa dela mesmo, e a mãe dela também foi. Aquela noite quando chegamos Rosa tinha preparado o nosso jantar. Comemos na sala mesmo vendo TV, como não fazíamos a muito tempo.
Depois tomamos banho juntas e dormimos agarradinhas como todos os dias.

E os dias foram se passando, na verdade se passou um mês....

Sete Meses...(Parte Nove) +Violão velho



Carol ONN

Acabou que no dia seguinte a ultrassonografia onde descobrimos que teríamos dois bebes ao envés de um, não fomos olhar o quarto dos bebes. Sabrina acordou um pouco enjoada, e então aproveitamos para conversar melhor sobre  isso e decidimos não arrumar aquilo naquele dia. Fizemos bem, pois no mês seguinte fizemos outra ultrassonografia e descobrimos que são duas meninas *---------*
Aí sim arrumamos o quarto das nossas garotinhas, a nosso modo.
Bom, eu não queria mas a Sabrina me obrigou a pintar o quarto todo de rosa ¬¬, porque não lilás? Ou sei lá, uma outra cor. Mas tudo bem, nada pode estragar a minha felicidade *--*

Estamos grávidas de seis meses, ela tá tão linda grávida *---* Ela não acha, fica dizendo que ta gorda, e essas coisas. Mas posso falar a minha opinião? Ela está cada dia mais linda.
Agente conversou com o médico e ele disse que talvez seria fazer uma cesária, por serem gêmeos, é bom que nasçam antes dos 9 meses, pode ser bem incomodo pra ele e pra ela.
Ela não quis o parto cesária, então o medico marcou um dia, em que ela iria ao hospital, e eles induziriam o parto normal.
Ela ficou um pouco preocupada com isso, mas o médico a tranquilizou.
Estava tudo correndo bem, agente estava mais feliz do que nunca. Faltava um mês pra gente ter as nossas bebezinhas nos nossos braços. Sim, elas iriam nascer de oito meses.
A Sabrina já estava em casa, fato. Eu trabalhava só de manha, já que ela passava boa parte do dia dormindo. Eu chegava na empresa sete horas e saia de lá meio dia. Assim que chegava encontrava a minha esposa linda sentada a mesa quase sempre devorando o que a nossa empregada tinha feito. Eu me juntava a ela e almoçava. Agente passava a tarde toda no maior love. Tinha alguns momentos que ela dormia, então eu aproveitava pra adiantar o trabalho do dia seguinte, assim poderia acordar um pouco mais tarde.
Nós duas conversamos muito, e chegamos a conclusão de contratar uma baba. Dizem que bebes dão muito trabalho e deixam a mãe muito cansada, nesse caso, as mães.
Então, a tal baba teria sua cama no quarto dos bebes. Deixaríamos varias mamadeiras com o leite da Sabrina lá para o caso das crianças sentirem fome. Ela faria o possível, só nos chamaria se não houvesse outro modo.
Durante o dia ela não trabalharia, afinal, agente não quer uma mãe pras nossas filhas, somente alguém que nos proporcione um sono melhor.

Era um sábado, agente estava em casa sem nada pra fazer. Nós duas estávamos sentadas no sofá, eu atras e ela na frente, com a cabeça encostada no meu peito...

Sabrina: amor...

Carol: oi vida

Sabrina: como sera que nossas filhas vão ser?

Carol: se forem lindas como você, esta ótimo

Sabrina: boba

Carol: você me deixa assim.

Sabrina: >< amor, posso te pedir pra fazer uma coisa? Uma coisa que já não faz a um tempo?

Carol: claro princesa.

Sabrina: toca pra mim?

Carol: tocar?

Sabrina: é, to com saudade de ouvir. Você faz isso por mim?

Carol: claro meu amor.


Não me lembro da ultima vez que parei pra tocar, mas só sei que era um pedido da minha princesa e eu não iria negar.
Subi ate o escritório, aonde eu guardava a maior parte das minhas coisas. Subi em uma cadeira e peguei meu violão, numa prateleira alta. Ele estava muito empoeirado, então peguei um pano para limpa-lo. Ele era lindo, foi uma das primeiras coisas que eu comprei depois que comecei a ganhar dinheiro. Era a minha diversão, musica e tênis. Na verdade hoje em dia ainda é, mas acho que gasto mais meu dinheiro com viagens, carros, joias...Coisas que talvez no fundo nem tenham tanto valor pra mim como esse violão velho.

Desci com ele nas mãos. Minha princesa estava lá sentada olhando pra escada, logicamente me esperava.
Parei no ultimo degrau da escada e comecei a observa-la. Era impressionante como a gravidez só tinha aumentado ainda mais a sua beleza. Sentei ao seu lado e selei seus lábios.
Ela pediu algumas musicas, toquei varias. Que marcaram nossas vidas de jeitos diferentes, em épocas diferentes. Só me desliguei dali quanto o telefone de casa tocou

Carol: Deixa que eu atendo.

*Ligação*

Carol: alô
Julia: e aí Carol, tudo joia?
Carol: joia, e você?
Julia: legal. O pessoal ta aqui na casa do Miguel e do Luiz, tamo fazendo uma festinha, rindo um pouco. Vocês duas vem?
Carol: não sei, tem que ver com a Sabrina.
Julia: então vê com a patroa aí. Se vocês não forem vir avisa viu.
Carol: ta bom, beijo.
Julia: beijinho

*Ligação*

Sabrina: quem era amor?

Carol: A Julia chamando a gente pra ir la na casa dos garotos. Parece que o povo ta lá jogando conversa fora. Você quer ir?

Sabrina:a eu quero amor.

Carol: tem certeza princesa? Você não ta cansada?

Sabrina: porque, ta querendo ir sozinha?

Carol: claro que não. Você sabe que se você não for eu não vou.

Sabrina: aham, sei... São todas iguais.

Carol: ta me comparando com quem?

Sabrina: com todas. Espera só a mulher ficar barriguda aí fica louca pra sair sozinha, pra encontrar as piranhas né.

Carol: Sabrina você pirou?

Sabrina: pirei no dia que eu pensei que você pensasse em mim.

Carol: você ta completamente louca. Não vou falar nada com você. Se quiser ir me avisa que to la fora no carro, se não, boa noite que por lá mesmo eu vou dormir.

Eu sai de casa e bati a porta. Realmente, dessa vez a Sabrina pirou legal, conseguiu me estressar. Eu fiquei uns 10 minutos lá dentro ate que ela apareceu e entrou no carro também.

Carol: vai querer ir?

Sabrina: vou

Carol: ok


Fui dirigindo em silencio, durante todo o caminho não trocamos uma palavra. Assim que chegamos desci na frente largando ela pra traz, fui logo tocando a campainha.
A Julia já abriu a porta me dando uma garrafa de ice. Eu fui na dela, e sai cumprimentando todos. Sabrina veio logo atras cumprimentando também. Não dei muita confiança pra Julia porque sabia que ela já tinha bebido demais. Esse é o problema dela, não sabe a hora de parar. De um casamento, a uma reunião de amigos em casa como essa, a Julia 80% das vezes extrapola na bebida.
Eu e a Sabrina distante, sempre olhando uma pra outra. Minha raiva já tinha passado, mas meu orgulho não me deixava ir até ela. Então fiquei num canto da sala sozinha, bebendo um pouco e observando ela conversar com a Paula (nossa antiga professora de faculdade que agora namora a Julia) então o Luiz chegou perto de mim para conversarmos.

Luiz: o que aconteceu?

Carol: nada

Luiz: para Carol, nós somos melhores amigos. Dá pra me contar?

Carol: a Sabrina veio toda estranha pra cima de mim, um papo de eu querer sair sozinha pra encontrar piranhas, que todas são iguais, que agora que ela ta gravida eu não olho mais pra ela...Pow, todo mundo sabe que eu sou louca por ela, só quero ela, e faço tudo por ela.

Luiz: Carol, você é tão mente aberta. A Sabrina ta grávida, ta sensível, qualquer coisa é motivo pra desconfiar, pra armar barraco. Você discutiu com ela?

Carol: não, cortei logo.

Luiz: melhor assim, aí ela não se estressa, e da pra vocês duas esfriarem a cabeça antes de conversarem

Carol: tem razão...Depois que eu chegar em casa agente conversa direito. Valew parceiro.

Luiz: que isso, estamos aqui pra isso mesmo.

Ele me deu um abraço e se afastou. Eu continuei lá na minha, então a campainha tocou e pediram pra eu atender. Eu fui e pra minha surpresa era a minha irma com a namorada.
Eu fiquei muito feliz, a um tempo eu não falava com a minha irma, mesmo nós duas trabalhando no mesmo lugar. Agente se abraçou bem apertado.

Carol: que saudade de você pirralha.

Mary: saudade de você também.

Carol: você some poxa.

Mary: nem sumo. E minha cunhada e minhas sobrinhas?

Carol: tão ali no sofá.

Mary: deixa eu ir lá ver elas.

Enquanto ela ia eu cumprimentei Bia. Depois voltei pro meu cantinho da sala, em pé mesmo com mais uma garrafa de ice na mão. Era a terceira, e eu já tinha determinado ela a ultima.
Então minha irma veio pra perto de mim, eu já sabia a pergunta dela " o que aconteceu?".
Quando agente brigada acho que até quem acabou de nos conhecer perceberia. é muito na cara, agente fica muito diferente, começando pelo fato de estarmos longe.

Mary: o que aconteceu?

Carol: rsrs estava esperando por essa pergunta.

Mary: fala logo


Então eu contei pra ela. Ela concordou com o Luiz obviamente. Ficamos lá conversando até que ela tocou no assunto dos nossos pais.


Mary: você deveria procura-los.

Carol: pra que? Pra eles jogarem as ideias preconceituosas deles em mim?

Mary: você sabe que não funciona assim mais. Quando eu vou lá sozinha os dois me recebem muito bem. Quando eu vou com a Bia, só o papai que não aparece, minha mãe trata ela melhor do que eu. As coisas mudaram lá Carol. Eu acho que você tem medo.

Carol: são muitos anos sem falar com eles Mary, sem nem sequer olhar na cara de um dos dois.

Mary: então tenta ir lá. Esperá suas filhas nascerem, leva pra eles conhecerem.

Carol: eu vou pensar nesse caso.

Mary: cabeça dura.


Ficamos lá conversando até que a Sabrina veio se aproximando de nós.

Sabrina: er...eu vim te avisar que eu to indo embora tá.

Carol: indo embora?

Sabrina: é. Eu vou pegar um táxi lá fora e ir, to cansada, já ta tarde.

Carol: não, eu vou com você, não precisa disso.

Sabrina: Não precisa disso digo eu. Fique curtindo a festa.

Carol: nós duas vamos embora, ta decidido.


Ela apenas suspirou. Nos despedimos de todos e fomos. No caminho não trocamos uma palavra. Ela foi chegando e subindo. Eu ainda tranquei a casa, tomei um copo de água antes de subi.
Queria chegar lá e conversar com ela, mas ela já estava na cama, de pijama dormindo.
Sorri ao vê-la assim, ela andava muito dorminhoca.
Fui ao banheiro fazer minhas higienes e vestir meu pijama. Me deitei ao lado dela e a abracei por trás, então senti ela se acomodando no meu corpo.

E foi assim que dormimos, mesmo estando 'brigadas".