sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Sete Meses...(Parte Nove) +Violão velho



Carol ONN

Acabou que no dia seguinte a ultrassonografia onde descobrimos que teríamos dois bebes ao envés de um, não fomos olhar o quarto dos bebes. Sabrina acordou um pouco enjoada, e então aproveitamos para conversar melhor sobre  isso e decidimos não arrumar aquilo naquele dia. Fizemos bem, pois no mês seguinte fizemos outra ultrassonografia e descobrimos que são duas meninas *---------*
Aí sim arrumamos o quarto das nossas garotinhas, a nosso modo.
Bom, eu não queria mas a Sabrina me obrigou a pintar o quarto todo de rosa ¬¬, porque não lilás? Ou sei lá, uma outra cor. Mas tudo bem, nada pode estragar a minha felicidade *--*

Estamos grávidas de seis meses, ela tá tão linda grávida *---* Ela não acha, fica dizendo que ta gorda, e essas coisas. Mas posso falar a minha opinião? Ela está cada dia mais linda.
Agente conversou com o médico e ele disse que talvez seria fazer uma cesária, por serem gêmeos, é bom que nasçam antes dos 9 meses, pode ser bem incomodo pra ele e pra ela.
Ela não quis o parto cesária, então o medico marcou um dia, em que ela iria ao hospital, e eles induziriam o parto normal.
Ela ficou um pouco preocupada com isso, mas o médico a tranquilizou.
Estava tudo correndo bem, agente estava mais feliz do que nunca. Faltava um mês pra gente ter as nossas bebezinhas nos nossos braços. Sim, elas iriam nascer de oito meses.
A Sabrina já estava em casa, fato. Eu trabalhava só de manha, já que ela passava boa parte do dia dormindo. Eu chegava na empresa sete horas e saia de lá meio dia. Assim que chegava encontrava a minha esposa linda sentada a mesa quase sempre devorando o que a nossa empregada tinha feito. Eu me juntava a ela e almoçava. Agente passava a tarde toda no maior love. Tinha alguns momentos que ela dormia, então eu aproveitava pra adiantar o trabalho do dia seguinte, assim poderia acordar um pouco mais tarde.
Nós duas conversamos muito, e chegamos a conclusão de contratar uma baba. Dizem que bebes dão muito trabalho e deixam a mãe muito cansada, nesse caso, as mães.
Então, a tal baba teria sua cama no quarto dos bebes. Deixaríamos varias mamadeiras com o leite da Sabrina lá para o caso das crianças sentirem fome. Ela faria o possível, só nos chamaria se não houvesse outro modo.
Durante o dia ela não trabalharia, afinal, agente não quer uma mãe pras nossas filhas, somente alguém que nos proporcione um sono melhor.

Era um sábado, agente estava em casa sem nada pra fazer. Nós duas estávamos sentadas no sofá, eu atras e ela na frente, com a cabeça encostada no meu peito...

Sabrina: amor...

Carol: oi vida

Sabrina: como sera que nossas filhas vão ser?

Carol: se forem lindas como você, esta ótimo

Sabrina: boba

Carol: você me deixa assim.

Sabrina: >< amor, posso te pedir pra fazer uma coisa? Uma coisa que já não faz a um tempo?

Carol: claro princesa.

Sabrina: toca pra mim?

Carol: tocar?

Sabrina: é, to com saudade de ouvir. Você faz isso por mim?

Carol: claro meu amor.


Não me lembro da ultima vez que parei pra tocar, mas só sei que era um pedido da minha princesa e eu não iria negar.
Subi ate o escritório, aonde eu guardava a maior parte das minhas coisas. Subi em uma cadeira e peguei meu violão, numa prateleira alta. Ele estava muito empoeirado, então peguei um pano para limpa-lo. Ele era lindo, foi uma das primeiras coisas que eu comprei depois que comecei a ganhar dinheiro. Era a minha diversão, musica e tênis. Na verdade hoje em dia ainda é, mas acho que gasto mais meu dinheiro com viagens, carros, joias...Coisas que talvez no fundo nem tenham tanto valor pra mim como esse violão velho.

Desci com ele nas mãos. Minha princesa estava lá sentada olhando pra escada, logicamente me esperava.
Parei no ultimo degrau da escada e comecei a observa-la. Era impressionante como a gravidez só tinha aumentado ainda mais a sua beleza. Sentei ao seu lado e selei seus lábios.
Ela pediu algumas musicas, toquei varias. Que marcaram nossas vidas de jeitos diferentes, em épocas diferentes. Só me desliguei dali quanto o telefone de casa tocou

Carol: Deixa que eu atendo.

*Ligação*

Carol: alô
Julia: e aí Carol, tudo joia?
Carol: joia, e você?
Julia: legal. O pessoal ta aqui na casa do Miguel e do Luiz, tamo fazendo uma festinha, rindo um pouco. Vocês duas vem?
Carol: não sei, tem que ver com a Sabrina.
Julia: então vê com a patroa aí. Se vocês não forem vir avisa viu.
Carol: ta bom, beijo.
Julia: beijinho

*Ligação*

Sabrina: quem era amor?

Carol: A Julia chamando a gente pra ir la na casa dos garotos. Parece que o povo ta lá jogando conversa fora. Você quer ir?

Sabrina:a eu quero amor.

Carol: tem certeza princesa? Você não ta cansada?

Sabrina: porque, ta querendo ir sozinha?

Carol: claro que não. Você sabe que se você não for eu não vou.

Sabrina: aham, sei... São todas iguais.

Carol: ta me comparando com quem?

Sabrina: com todas. Espera só a mulher ficar barriguda aí fica louca pra sair sozinha, pra encontrar as piranhas né.

Carol: Sabrina você pirou?

Sabrina: pirei no dia que eu pensei que você pensasse em mim.

Carol: você ta completamente louca. Não vou falar nada com você. Se quiser ir me avisa que to la fora no carro, se não, boa noite que por lá mesmo eu vou dormir.

Eu sai de casa e bati a porta. Realmente, dessa vez a Sabrina pirou legal, conseguiu me estressar. Eu fiquei uns 10 minutos lá dentro ate que ela apareceu e entrou no carro também.

Carol: vai querer ir?

Sabrina: vou

Carol: ok


Fui dirigindo em silencio, durante todo o caminho não trocamos uma palavra. Assim que chegamos desci na frente largando ela pra traz, fui logo tocando a campainha.
A Julia já abriu a porta me dando uma garrafa de ice. Eu fui na dela, e sai cumprimentando todos. Sabrina veio logo atras cumprimentando também. Não dei muita confiança pra Julia porque sabia que ela já tinha bebido demais. Esse é o problema dela, não sabe a hora de parar. De um casamento, a uma reunião de amigos em casa como essa, a Julia 80% das vezes extrapola na bebida.
Eu e a Sabrina distante, sempre olhando uma pra outra. Minha raiva já tinha passado, mas meu orgulho não me deixava ir até ela. Então fiquei num canto da sala sozinha, bebendo um pouco e observando ela conversar com a Paula (nossa antiga professora de faculdade que agora namora a Julia) então o Luiz chegou perto de mim para conversarmos.

Luiz: o que aconteceu?

Carol: nada

Luiz: para Carol, nós somos melhores amigos. Dá pra me contar?

Carol: a Sabrina veio toda estranha pra cima de mim, um papo de eu querer sair sozinha pra encontrar piranhas, que todas são iguais, que agora que ela ta gravida eu não olho mais pra ela...Pow, todo mundo sabe que eu sou louca por ela, só quero ela, e faço tudo por ela.

Luiz: Carol, você é tão mente aberta. A Sabrina ta grávida, ta sensível, qualquer coisa é motivo pra desconfiar, pra armar barraco. Você discutiu com ela?

Carol: não, cortei logo.

Luiz: melhor assim, aí ela não se estressa, e da pra vocês duas esfriarem a cabeça antes de conversarem

Carol: tem razão...Depois que eu chegar em casa agente conversa direito. Valew parceiro.

Luiz: que isso, estamos aqui pra isso mesmo.

Ele me deu um abraço e se afastou. Eu continuei lá na minha, então a campainha tocou e pediram pra eu atender. Eu fui e pra minha surpresa era a minha irma com a namorada.
Eu fiquei muito feliz, a um tempo eu não falava com a minha irma, mesmo nós duas trabalhando no mesmo lugar. Agente se abraçou bem apertado.

Carol: que saudade de você pirralha.

Mary: saudade de você também.

Carol: você some poxa.

Mary: nem sumo. E minha cunhada e minhas sobrinhas?

Carol: tão ali no sofá.

Mary: deixa eu ir lá ver elas.

Enquanto ela ia eu cumprimentei Bia. Depois voltei pro meu cantinho da sala, em pé mesmo com mais uma garrafa de ice na mão. Era a terceira, e eu já tinha determinado ela a ultima.
Então minha irma veio pra perto de mim, eu já sabia a pergunta dela " o que aconteceu?".
Quando agente brigada acho que até quem acabou de nos conhecer perceberia. é muito na cara, agente fica muito diferente, começando pelo fato de estarmos longe.

Mary: o que aconteceu?

Carol: rsrs estava esperando por essa pergunta.

Mary: fala logo


Então eu contei pra ela. Ela concordou com o Luiz obviamente. Ficamos lá conversando até que ela tocou no assunto dos nossos pais.


Mary: você deveria procura-los.

Carol: pra que? Pra eles jogarem as ideias preconceituosas deles em mim?

Mary: você sabe que não funciona assim mais. Quando eu vou lá sozinha os dois me recebem muito bem. Quando eu vou com a Bia, só o papai que não aparece, minha mãe trata ela melhor do que eu. As coisas mudaram lá Carol. Eu acho que você tem medo.

Carol: são muitos anos sem falar com eles Mary, sem nem sequer olhar na cara de um dos dois.

Mary: então tenta ir lá. Esperá suas filhas nascerem, leva pra eles conhecerem.

Carol: eu vou pensar nesse caso.

Mary: cabeça dura.


Ficamos lá conversando até que a Sabrina veio se aproximando de nós.

Sabrina: er...eu vim te avisar que eu to indo embora tá.

Carol: indo embora?

Sabrina: é. Eu vou pegar um táxi lá fora e ir, to cansada, já ta tarde.

Carol: não, eu vou com você, não precisa disso.

Sabrina: Não precisa disso digo eu. Fique curtindo a festa.

Carol: nós duas vamos embora, ta decidido.


Ela apenas suspirou. Nos despedimos de todos e fomos. No caminho não trocamos uma palavra. Ela foi chegando e subindo. Eu ainda tranquei a casa, tomei um copo de água antes de subi.
Queria chegar lá e conversar com ela, mas ela já estava na cama, de pijama dormindo.
Sorri ao vê-la assim, ela andava muito dorminhoca.
Fui ao banheiro fazer minhas higienes e vestir meu pijama. Me deitei ao lado dela e a abracei por trás, então senti ela se acomodando no meu corpo.

E foi assim que dormimos, mesmo estando 'brigadas".

Nenhum comentário:

Postar um comentário